A inovação mostra as caras e determina novo conceito de mercado cujo valor é intangível. Ano passado, o consultor britânico John Howkins, presidente da Consultoria BOP, do Reino Unido, declarou que “Precisamos de liberdade para escolher como queremos nos relacionar com as mais diversas ideias”, durante o Seminário Internacional de Economia Criativa organizado pelo SESI-SP. “De acordo com John Howkins – o papa da Economia Criativa, no seu livro ‘The Creative Economy’, ele sintetiza que ‘são atividades na quais resultam em indivíduos exercitando a sua imaginação e explorando seu valor econômico. Pode ser definida como processos que envolvam criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos’. Nas palestras e cursos, tenho dito que a Economia Criativa é um termo novo para necessidades antigas; contudo, somente nos últimos anos é que se tem atentado mais e melhor, tanto pelos Governos, quanto por nós, enquanto Sociedade”, coloca Alfredo Galamba, diretor de Conteúdo e Relações Institucionais da ExpoLAB – Escola de Economia Criativa (PE).
Categoria: Empreendedorismo
Quando a ideia é mais do que uma ideia
A formação empresarial que depende do talento e da criatividade está realmente transformando os mercados, e provocando uma ruptura na visão de empreendedorismo, que já enfrentava uma revolução nas últimas décadas. “A economia criativa hoje se tornou um termo tão abrangente e difuso que é reconhecido atualmente como tudo que se tem relação com o intangível, isso é que tenha recursos infinitos, não mais finitos como os recursos naturais. A relação com a inovação vem a partir da adesão das próprias empresas, que viram nesse fator de competitividade. Um aspecto central entre a inovação e a economia criativa e a adesão a um movimento social e a necessidade de substituir os meios e práticas antigas por outras traduzem as diretrizes do novo movimento. Ao se entender dentro da economia criativa, as empresas – para dirigir-se a inovação – devem necessariamente mudar sua forma de atuação, para, no mínimo, colocar a criatividade como motriz central. Isso requer uma nova maneira de encarar a inovação, o que leva a uma ideia de criatividade voltada para a inovação”, comenta Ilse Guimarães, curadora na categoria de ideia do Movimento Hot Spot, festival de artes integradas que reúne exposição de projetos nas áreas de moda, ilustração, design, fotografia, ideia e outros segmentos, tendo como foco principal impulsionar a economia criativa.
Ideias como um bom negócio
Um novo capitalismo nasce pautado pelas boas ideias. Esta nova maneira de encarar os negócios estão bem além da zona de conforto vivido pelas empresas do passado. Ela dá uma nova cara ao conceito de trabalho e, naturalmente, não poderia deixar de ser fruto das transformações do mundo que estão eclodindo nos mercados, especialmente no de comunicação, moda, cinema e demais relacionados. “No passado as empresas estavam dentro de uma zona de conforto na qual as evoluções de produto seguiam dentro de uma relativa previsibilidade. Havia uma evolução natural da tecnologia e era mais fácil saber onde apostar. Hoje é diferente. Há tecnologias que podem ser dominantes, mas o aparecimento de uma solução disruptiva pode levar a uma revolução no mercado. Se no passado grandes investimentos em centros de pesquisa próprios garantiam uma vantagem tecnológica aos grandes conglomerados, hoje a incerteza ronda todos estes gigantes, que não param de ver e rever todas as cadeias produtivas que lhes cercam em busca de oportunidades e alternativas”, comenta o presidente da Assespro-SP (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo), Marcos Sakamoto.
Apesar das dificuldades, nunca foi tão fácil empreender
Você já pensou como seria a versão de “Paratodos” de Chico Buarque se focada numa análise da trajetória profissional? Hoje, o conceito de profissão, trabalho, carreira e mercado mudou e talvez nem mesmo este ícone da nossa MPB pudesse destrinchar quem faz o que no cenário atual. Afinal, como explicar uma pessoa formada em relações públicas que administra um negócio na área de saúde, ou um executivo da área de marketing formado em direito. De forma leiga e absurda, esta é uma forma de mostrar que o nosso universo não é mais o mesmo, e tudo que conhecíamos agora está à mercê de algo novo. Novo de todas as formas, inclusive da forma de iniciar um negócio. Nascido para o sucesso, um novo conceito de empreendedorismo ganha cada vez mais destaque no cenário nacional com a força jovem e o novo conceito de inovação. “Startup significa começar alguma coisa. As principais características de uma startup é que é um negócio novo e inovador que tem no seu modelo de negócio a alta escala; e ser repetível, isto é, atende a uma enorme quantidade de pessoas que possuem os mesmos desejos ou necessidades, diz analista do Sebrae-PE, Péricles Negromonte. Este é o princípio básico da startup, um perfil de empreendimento que está geralmente associado ao mercado digital, que foge ao modelo burocrático e rígido do processo de trabalho e tem perfil jovial.
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Empreendendo com um novo começo e conceito
Startup é um novo conceito de empreendedorismo que tem se destacado como uma coisa cujo boom pode ser presenciado agora, mas está ativa no cenário mundial e nacional há duas décadas. Na verdade, ela é fruto da Bolha da Internet, na década de 1990, quando um momento especulativo marcado pelo surgimento de empresas de tecnologia da informação e de comunicação (TIC). “Startups são empresas baseadas em ideias inovadoras com boas possibilidades de sucesso. São empreendimentos de baixo custo, mas com grandes expectativas de altos retornos. Esse nome foi cunhado na bolha da internet, onde várias empresas ‘ponto com’ foram criadas e vendidas a alto preço devido a essas grandes expectativas de crescimento, muitas deram certo e muitas outras não. Ou seja, startups também têm um risco explicito envolvido. Hoje em dia grandes empresas investem nesse tipo de pequenas empresas para não se envolver diretamente com o risco de um novo negócio e as compram se o negocio der certo. Outro tipo de empresa relacionada a isso são as spinoffs, em geral são serviços especiais prestados por uma empresa de um setor que cresce tanto que se tornam uma nova empresa. É muito comum se ter spinoffs de startup que deram certo”, diz Marcelino Granja, secretário de Ciência e Tecnologia (PE).
Fazendo e acontecendo com uma nova realidade de negócios
As startup são uma nova realidade de negócios em todo mundo. E uma análise importante a respeito deste formato de empreendedorismo mostra que todo o trabalho é centrado em algum foco, e se encerra sempre em proporcionar um produto útil para o consumidor, com um propósito em longo prazo, qualidade, princípios e valores específicos. “Gosto de citar o autor inglês Luke Johnson, conhecido como empreendedor serial, já que foi bem sucedido em vários negócios próprios. Há menos de 2 anos escreveu Start it Up – ‘Porque tocar seu próprio negócio é mais fácil do que você pensa’. São boas dicas de como construir um negócio próprio: fala sobre o timing, a ambição, o valor de um sócio, a paixão do fundador, o valor das ideias, a energia aplicada aos negócios, a importância dos talentos e da administração descentralizada. Há empreendedores que nascem da necessidade, há aqueles que tentam um voo solo ao se aposentar e aqueles que nasceram em famílias empreendedoras. O que mudou? Os jovens que se tornam empreendedores já não se identificam com os modelos de empresas tradicionais. O que falta no Brasil? Mostrar que empreender é uma forma válida de dirigir o seu futuro e lembrar que os empregos para a vida toda estão com os dias contados”, diz Adolfo Melito da Fecomércio (SP).
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No mar sem fim do empreendedorismo
Apesar de lançar mão da tecnologia, o conceito de startup não é focado apenas neste único universo. Muitos dos empreendimentos estão investindo nos mais diversos segmentos. “A ABSTARTUPS (Associação Brasileira de Startups) entende que startup é uma empresa de base tecnológica, com um modelo de negócios repetível e escalável, que possui elementos de inovação e trabalha em condições de extrema incerteza. Nós, da appnow | hot applications, defendemos a ideia de que qualquer pequena empresa em seu estágio inicial, gerida à baixos custos, que desenvolva atividades ligadas à pesquisa e ao desenvolvimento de ideias inovadoras e que ofereça a possibilidade de rápida e consistente geração de lucros, pode ser considerada uma startup”, diz o publicitário André Medeiros, idealizador desta startup pioneira do agreste de Pernambuco, com o amigo e programador Gustavo Vilarim, encubada por uma aceleradora de Barcelona, a Bcause Lab.
A concretização das ideias como mercado potencial
Uma grande característica neste movimento é o processo de produção mais autoral e, mais do que isto, a forma como se interage com a produção em si no ato do consumo. Isto é uma marca deste movimento, que têm a contribuição das incubadoras como um grande incentivo para o seu desenvolvimento. “Estão sendo criadas estruturas facilitadoras. São aceleradores de ideias, incubadoras, pólos de empreendimentos compartilhados. Essas estruturas tem objetivo de levar as ideias ao mercado sem grandes obstáculos. As profissões já existem há muito tempo, o que temos e vemos são novas atribuições e uma valorização de posições que eram antes vistas como secundárias. É o caso dos articuladores, dos gestores e analistas de pequenos negócios que não eram reconhecidos como essenciais aos processos, a própria profissão de design gráfico era muito pouco reconhecida. Vale salientar que este reconhecimento se traduz em forma de salário, os salários da indústria criativa são quase três vezes maior que os salários em outros segmentos, enquanto o rendimento mensal médio do trabalhador brasileiro era de R$ 1.733 em 2011, o dos profissionais criativos chegou a R$ 4.693, quase três vezes superior ao patamar nacional”, destaca Adolfo Menezes Melito, presidente do Conselho de Criatividade e Inovação da FECOMERCIO-SP.
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