O Brasil é o quinto país com o maior número de usuários de internet e conta com mais de 68 milhões de internautas, que representam 40% da população do país, por exemplo. Desse montante 57% acessam a rede de suas casas. Por isso, a internet apresenta o maior índice de crescimento entre os meios de comunicação com 28,8%, e abocanhando R$ 933,7 milhões no período de janeiro a outubro de 2011. Esse meio já tem 4,4% do total das verbas publicitárias. Por este e outros motivos, este é o meio de maior repercussão hoje no país e no mundo.
Na era da tecnologia, outros veículos parecem fadados à precariedade ou até mesmo à extinção, como é o caso das tradicionais páginas amarelas que, durante cerca de 100 anos, imperaram como referência de contatos comerciais e vitrines de negócios. “O mercado de listas classificadas está em rápido declínio em todo o Brasil. Restarão algumas pequenas empresas regionais, com baixos níveis de custo e tiragens difíceis de aferir”, declara a diretora de Novos Negócios da Telelistas, Yanira Nasser.
Para quem assiste de camarote a progressão de outras mídias, é assim que se encontra o mercado. Contudo, o meio está apostando em novos formatos e investindo alto em tecnologias arrojadas para se equiparar aos demais do mercado e se tornar, desta forma, mais competitiva. “O mercado hoje vive um momento de maturação e reestruturação. O grande objetivo das empresas é criar formas de integração com o meio digital, de diversas maneiras. A Carvajal Informação segue a mesma linha e tem desenvolvido as ferramentas necessárias para atender a essa demanda”, diz, Gerente Global de Produtos Online da Carvajal Informação, Fabrício Saad, que integra esta companhia multimeios detentora das marcas Listel, Editel e Guia Mais e especializada em soluções para geração de contatos de negócios.
História e mercado – Longe do que é conhecido nos dias de hoje, a primeira lista telefônica na história é datada de 11 de julho de 1877: Memo of telephone lines in use in Boston and vicinity (“Memorando de linhas telefônicas em uso em Boston e redondezas”), pertencente à empresa de alarmes antirroubo Stearns & George. Ela fora escrita manualmente e apresentava somente os nomes dos proprietários das linhas e, por isto, não tinha um grande volume de páginas. Em 1889, começaram a aparecer publicação com números. Mas, em 5 de janeiro de 1880, já surgiria no Reino Unido a primeira lista telefônica britânica, cujo exemplar estar preservado na coleção de arquivos da empresa de telecomunicação BT daquele país. Já no Brasil elas chegaram antes do alcance e da invenção do telefone, em 1812, na Bahia, editada pela Tipografia de Silva e Serva, com o nome de Almanach, que tinha como objetivo informar a população de uma cidade onde encontrar determinadas pessoas, ou estabelecimentos comerciais e administrativos. Mas, o catálogo com o número de assinantes só veio a surgir no país com a vinda da telefonia, em 1881, com a Telephone Company of Brasil, e dois anos depois já contaria com mais de cinco mil contatos.
O caminho como meio de comunicação foi progressivo em paralelo com as novas mídias que foram surgindo com o passar dos tempos. E, com a privatização do sistema de telecomunicações durante o Governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, uma nova lei possibilitava que a criação de listas telefônicas, comerciais e guias informativos por qualquer um da iniciativa privada. O que deu impulso ao segmento que, por conta da concorrência, teve que se modernizar e melhorar seus serviços. Desta forma, passou a ter maior participação no bolo publicitário e maior faturamento. Pesquisa realizada em 2005 pelo Instituto Datafolha em todas as regiões do país comprovou que 97% do meio empresarial e 88% dos usuários residenciais consultam as listas. E em 2007 o Projeto Intermeios apontava um faturamento de publicidade em torno de 200 milhões de reais/ano.
Nos últimos anos, os guias e listas apresentado ano a ano queda, perdendo participação no bolo. Em 2010, o segmento de listas e guias telefônicos impressos detinham apenas 1,2% do faturamento da publicidade brasileira. Apesar da situação geral do mercado, são várias as editoras que ainda publicam listas classificadas, impressas em tamanhos diferenciados, apostando na resistência do setor, para um público reduzido e que não está integrado as novas tecnologias. E independente do modelo de listas impressas estar acabado, a substituição do produto tradicional pelo formato online foi a solução para manterem-se adequadas ao momento do mercado e oferecer uma ferramenta mais fáceis de usar, com informação mais aprofundada e atualizada.
* Matéria produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Janeiro/ 2012, número 142.